Hoje é dia de S. Martinho e o Facebook recordou-me logo pela manhã de um magusto comunitário que descobri e em que participei há 3 anos atrás: o magusto na Maunça, inserido na Mostra de Artes e Sabores da Maúnça, na aldeia do Açor.
Infelizmente não tive oportunidade de lá voltar nesta data novamente e este ano houve apenas um assinalar simbólico do evento. Assim, partilho aqui a minha experiência na expectativa de quando pudermos voltar a viver as nossas vidas sem controlo de outros e em liberdade, que outros possam descobrir este cantinho na localidade do Açor, concelho do Fundão, e aproveitar as tasquinhas, a animação de rua, o magusto comunitário, etc., e toda a vivência com as gentes das redondezas. A organização fica a cargo do Município do Fundão e da Associação Cultural e Recreativa do Rancho “Os Pastores do Açor”.
Esta mostra de artes e sabores nasceu no ano 2000 e celebra a chegada da castanha, num evento que apela aos sentidos e à tradição, valorizando a gastronomia, as tradições e o artesanato local. Devo dizer que aqui comi o melhor pão com chouriço de toda a minha vida, feito no forno comunitário que se pode encontra na aldeia e elaborado com os enchidos artesanais que ali se fazem! Uma iguaria!
Mas há mais no Magusto na Maunça: maranhos, miaus, chanfana, feijão com couve e as castanhas a assar nas brasas espalhadas no chão, onde cada um vai tirando as que pode e as que apetece! Jeropiga e medronho para acompanhar também não faltam! Entre num portão de garagem aberto que alguém simpaticamente lhe oferece um aquecimento destes. Rapidamente se esquece aquele friozinho serrano que por esta época já se faz sentir!

Durante os dias da Mostra existem inúmeras atuações de grupos folclóricos, grupos de cantares, bombos, gaitas, etc., que vão animando quem por ali passa, teatro de rua e ainda uma caminhada que usualmente tem início no santuário de Santa Luzia, na aldeia de Castelejo, passando pela aldeia de Enxabarda e terminando na aldeia do Açor.
O que mais adoro neste tipo de evento é da genuinidade que se vive. E o que mais me alegra é que ainda temos muitas e muitas paragens neste nosso Admirável Portugal onde nos podemos encontrar com essa genuinidade e conhecer as tradições e costumes que vão sendo cada vez mais difíceis de manter. No magusto na Maunça, disse-me alguém que já não recordo, já não há habitantes permanentes na aldeia por isso este tipo de iniciativa é realmente importante. Um bem-haja a todos os que se envolvem em Associações e Coletividades que permitem dar alguma continuidade ao que é realmente nosso e não deixam cair em esquecimento os costumes do nosso Povo!
Espero visitar a aldeia do Açor no mais breve futuro e comer novamente o melhor pão com chouriço do mundo. Ficam aqui mais algumas imagens para vos abrir o apetite!